A Nobre Missão dos Líderes
Conquistar, Exercer e Manter a Liderança
A Liderança é uma conquista. Pois a liderança é uma delegação que é concedida pelos liderados aos líderes. Para obter essa concessão, os gestores precisam conquista-la durante as suas “caminhadas profissionais”, com atitudes, ações e comportamentos que demonstrem conhecimentos, justiça, equilíbrio, ética, empatia, maturidade, comunicabilidade e outros predicados, que sejam percebidos, reconhecidos, aceitos e valorizados pelos liderados. Em contrapartida proporciona ao gestor líder o respeito, credibilidade, confiança, dedicação, envolvimento, participação, admiração, além do comprometimento, esforços e assiduidade dos liderados.
Fazemos uma analogia, pais versos filhos e líderes versos liderados.
Nas duas situações, tanto os pais como os líderes, têm a nobre missão de educadores e orientadores, ou seja, os pais, se dedicam, atuam e se esforçam na educação e formação dos filhos, especialmente, até a fase adulta.
Os líderes educam e orientam e capacitam os liderados, para eles (líderes) se tornarem cada vez “menos necessários”, nas atividades e orientações rotineiras, pois os liderados passam a ter a previa preparação, capacitação e responsabilidade para atuarem cada vez com mais autonomia e autodeterminação para autogerenciar-se, sem necessariamente ter constantes interferências e dependência dos líderes.
Os pais devem orientar e educar os filhos para eles se tornarem, no decorrer do tempo, cada vez mais independentes dos pais e, deixando-os mais preparados e responsabilizados para enfrentarem os desafios da vida sozinhos, ou com menos interferência dos pais, ou seja, os pais se tornam em decorrência disso também ”menos necessários”.
Os líderes, também, têm a nobre e importante missão de proporcionarem informações, orientações, capacitação, educação e treinamentos para que os seus liderados, no decorrer do tempo, sejam cada vez mais preparados, capacitados, responsáveis e menos dependentes deles, proporcionando desta forma, uma gestão horizontal, com mais autodeterminação de cada colaborador.
Condição esta que proporciona aos liderados a liberdade, autonomia e maior independência para o autogerenciamento de suas atividades. Como consequência: isso reflete em suas posturas e atitudes, com mais ênfase em demonstrar sempre mais interesse e comprometimento com os objetivos e as metas individuais e setoriais, proporcionando e fortalecendo com melhor performance o despenho profissional e organizacional.
Assim sendo, dentro deste contexto, podemos considerar os líderes, por analogia, também como “pais Corporativos”, pela importância que exercem na educação, treinamento e desenvolvimento de seus liderados.
É evidente que os líderes são necessários. Porém, quanto menos frequência e necessidade de serem acessados pelos liderados, para obterem orientações e informações sobre suas atividades, significa que os liderados estão mais preparados, responsáveis e com mais liberdade para realizarem eficazmente suas tarefas. Pois, foram devidamente educados e treinados pelos seus respectivos líderes a tornarem-se cada vez mais autogerenciáveis e menos dependentes para realizarem suas atividades. E como consequência: sentirem-se competentes e capacitados para decidirem sobre suas respectivas atividades. Bem como, perceberem que são mais valorizados e reconhecidos. Assim sendo, terão mais satisfação e disposição para trabalharem com mais energia e motivação, resultando na conquista de melhores resultados operacionais e relacionais,
Com isso, os líderes gestores terão mais disponibilidade para utilizarem seu tempo, para além de atenderem seus liderados, quando necessário: pensarem, refletirem, atuarem e se dedicarem sobre assuntos mais estratégicos de seus respetivos setores. Desta forma, poderão analisar os processos operacionais e administrativos com mais acuidade e, buscarem desta maneira, mudanças, inovações e melhorias nas suas atividades gerenciais, que contemplará significativamente a qualidade e produtividade dos produtos e serviços e, como consequência, ampliando a competitividade e, o desempenho mercadológico das empresas. Bem como, criando e proporcionado condições para ter e manter um ambiente de trabalho mais saudável e prazeroso.
Podemos classificar a liderança em duas dimensões:
Uma dimensão é desempenhar o micro gerenciamento junto com a equipe, nas rotinas operacionais diárias, ou seja, estar “afinando os instrumentos” constantemente e conjuntamente com os liderados.
A outra dimensão é exercer o macro gerenciamento, que significa “reger a orquestra”, tendo uma visão mais ampla e estratégica para contemplar, acompanhar e avaliar todos os processos e esforços das equipes como um todo. Tanto setorialmente como organizacionalmente e verificar se os resultados estão dentro do que foi planejado.
O micro gerenciamento demanda dos líderes uma atuação específica, detalhada, constante e direta, pois se concentram mais nas dinâmicas individuais das atividades dos colaboradores. Demandando com isso, mais atenção e disponibilidade de tempo para acompanhar as atividades, durante a execução dos processos operativos. Isso exige dos líderes percepção, sensibilidade e equilíbrio relacional comportamental, maturidade, serenidade e mais desgastes emocionais.
Isso ocorre com mais intensidade quando a equipe ou colaboradores ainda não estão devidamente capacitados, habilitados ou desmotivados, que precisam de atenção, orientações, incentivos e acompanhamentos constantes para executarem determinadas tarefas. Tendo em vista que ainda demandam de mais tempo para terem a devida maturidade e experiência para executá-las, sem ou com pouca supervisão dos gestores.
Porém, enfatizamos também que o micro gerenciamento pode ocorrer quando os gestores, por várias razões: não estão preparados, se sentirem inseguros ou não querem delegar autonomia por motivos puramente pessoais, apesar dos liderados estarem capacitados. Acarretando com isso, desperdícios de talentos e das habilidades dos colaboradores, inclusive, causar desmotivação e ressentimentos por se sentirem pouco considerados, reconhecidos e valorizados.
O macro gerenciamento, ao contrário, tem como foco uma visão mais estratégica e holística, orientanda para o acompanhamento e desenvolvimento dos objetivos e metas organizacionais, como um todo. Demandando dos gestores um olhar direcionado para todas as fases que envolvem os processos operativos e administrativos. Não havendo a necessidade específica da constante e permanente supervisão e interação durante a execução das tarefas, apenas, gerenciar focado nas metas previamente estabelecidas, que são atividades de cargos superiores.
Isso bem demonstra que tanto os gestores como os colaborados estão capacitados e habilitados a exercerem suas respectivas atividades com responsabilidade, autonomia, segurança e plena performance.
Assim sendo, o micro gerenciamento, demanda mais esforços e desgastes dos gestores, por atuarem diretamente e constantemente no acompanhamento e detalhamento nos processamentos das atividades das rotinas. Certificando-se se tudo está andando de acordo com os padrões previamente estabelecidos.
E, quando necessário, agir preventivamente ou corretivamente, para evitar maiores perdas. Desta forma, o micro gerenciamento deve ser praticado quando os colaboradores e/ou a equipe ainda não estão devidamente preparados e capacitados para atuarem autonomamente e nem habilitados para se auto gerenciarem.
Em vista disso, os líderes, como educadores e agentes de mudanças, precisam entender e perceber qual o nível de conhecimentos que cada colaborador possui. Fato este que determina qual a necessidade de orientar e treinar ou, saber exatamente quanto, como e quando delegar responsabilidade com autonomia, e ter a liberdade para que eles possam realizar e decidir sobre as suas respectivas tarefas, individualmente ou em grupo, com competência, segurança, presteza e satisfação.
Portanto, a permanente presença e o fácil acesso ao gestor no local de trabalho, para sempre atender as demandas a tempo, quando os colaboradores necessitarem, se caracteriza numa fundamental demonstração de valorização e consideração, que fortalece e amplia os laços relacionais e o desempenho da equipe.
Portanto, a liderança é uma conquista que será delegada pelos liderados e obtida durante a caminhada profissional. Mas também, se os líderes não atuarem constantemente em conformidade com os preceitos por ela preconizada, poderá não ter mais eficácia e perdida a qualquer momento.
Texto retirado do livro “REOXIGENANDO” Líderes e Liderados Corporativos.
Os Atores no Palco das Realizações.
De Valdir Fontanella
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